Há 17 anos, no dia 27 de junho de 2007, na maior cidade do país e em uma das maiores do mundo o sonho de alguns amigos começava a tomar forma. Ali surgia o que viria a ser conhecido como a Associação Tia Marly, uma organização social, não conveniada a orgãos públicos, sem fins lucrativos e que tem desde seu nascimento como principal objetivo acolher integralmente crianças e adolescentes que tiveram seus direitos violados.
A função da ONG é contribuir para a melhoria socioeconômica da família, visando o retorno da criança ou adolescente ao convívio dos parentes biológicos, ou encaminhamento á uma família substituta.
Maria Aparecida Machado, uma mulher de 59 anos e assistente social da organização afirmou: “É muito gratificante, é um trabalho que você faz com amor, para mim cada criança que sai daqui com uma família, ou de origem ou adotiva, é sabendo que elas estão indo pra melhor, que vão ser felizes, muito bem cuidadas, é um trabalho bem gratificante.”
Marly Correia do Nascimento, 69 anos, mais conhecida como Tia Marly, uma das idealizadoras do projeto, contou que no começo a casa era alugada, e teve que passar por reformas para que pudessem fornecer uma condição de moradia adequada para os jovens. Atualmente a sede é própria e pode abrigar até 15 crianças ao mesmo tempo. “ Para manter a sede existe um bazar que colabora na manutenção do espaço já que toda renda gerada pelas vendas é convertida para manter o funcionamento da instituição”, falou Marly.
No bazar têm roupas e calçados, masculinos e femininos, além de brinquedos, utilidades domésticas, bijuterias, decorações entre outros. O bazar fica localizado também no bairro de Santana, na rua Jovita 490 e funciona de segunda a sexta das 8 ás 17 horas e aos sábados das 9 ás 13 horas. Já aos domingos e feriados o espaço fica fechado.
A assistente social Maria Aparecida disse que o objetivo é continuar com o projeto e seguir expandindo cada vez mais para que seja possível receber um número ainda maior de crianças e ajudar sempre mais pessoas. Uma das principais ambições dos donos da organização é a criação de uma república. O trabalho realizado nesse local é posterior ao da Associação Tia Marly, quando os jovens fazem 18 anos e não retornam para a família e nem são adotados, eles vão para esse espaço conhecido como república, uma casa que abriga pessoas de até 21 anos. “É uma preocupação muito grande da gente quando eles completam 18 anos, já que eles não podem mais ficar aqui e tem que achar algum lugar para morar”, concluiu a assistente social.
As repúblicas são administradas pela prefeitura por meio de parcerias com organizações da sociedade civil. Na cidade de São Paulo elas existem mas isso não é uma realidade em todo território nacional, já que muitas cidades não possuem nenhuma dessas estruturas.
Até o ano de 2021 a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social contava com oito repúblicas para jovens com 16 casas e 96 vagas na cidade de São Paulo nas regiões de Casa Verde, Ermelino Matarazzo, Aricanduva, Lapa, Pirituba/ Jaraguá, Itaquera, Penha e Capela do Socorro.