A praça desconectada

0
68

Otávio Lima

Na Praça da República vemos um abandono. Há muito lixo, sujeira e um mau cheiro no local. Com a dispersão da Cracolândia em julho de 2022, pode-se perceber um aumento considerável de usuários de drogas espalhados pelo centro da capital paulista. Mesmo com um grande policiamento, há diversos relatos de assaltos e violências, até sob a luz do dia.

Um mapa interativo lançado pelo governo de São Paulo afirma que em abril a Praça da República registrou o maior número de furtos do centro da capital, sendo 11 dos 39 furtos registrados na primeira semana do mês. Comerciantes se dizem incomodados e preocupados com a segurança na região. “Preocupante principalmente à noite, onde o policiamento fica menor, aumentando as chances de assaltos aos estabelecimentos”, afirma Fernando Pereira, de 37 anos, vendedor em uma doceria da região. Ainda relatou que há três anos assaltaram o comércio ao lado, com o prejuízo a loja precisou ser fechada.

Muitos relatam que a situação piorou na pandemia e afirmam que há três gangues atuando, uma é “gangue das bicicletas” formada por jovens que usam do transportem em duas rodas para circular no centro o dia inteiro, e utilizam o transporte me duas rodas realizar fugas sem grande esforço, além das mochilas de aplicativos de entrega como Ifood e Rappi. A outra gangue citada é do arrastão, em que um grupo de assaltantes se reúnem em volta de uma pessoa, o derrubam, e tomam seus pertences. Alguns citam que há criminosos utilizando armas brancas para agir, há registros de ataques à arma branca, quando alguém se recusa a entregar seus pertences.

Com o intuito de se proteger, os comerciantes se juntaram e criaram a vizinhança solidária, que possui um canal direto com a Polícia Militar, além de implementar placas ao redor da Praça da República para alertar quem transita pelo local e até mesmo turistas sobre os riscos de andar com aparelhos eletrônicos. “Os nóias não tem medo da polícia, conhecem o bairro e conseguem fugir dali com facilidade, tem que ter mais policiais, principalmente á noite”, afirma Fernando.

Para tornar a circulação mais segura, alguns bares adotaram medidas como reforço de segurança na porta dos bares e até mesmo escolta dos seguranças aos clientes, que atuam entre os quarteirões da Rua Aurora e a Praça da República.