Um distrito cheio de contrastes

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Vila Mariana, um Distrito grande, populoso e rico, porém cheio de idosos que encontram problemas para a sua mobilidade

A Vila Mariana é um dos distritos mais tradicionais da cidade de São Paulo. Localizada na zona sul, com uma extensão territorial de 8,6km², sua população aproximada é de 334.632 habitantes. Esse distrito é caracterizado pela fácil mobilidade para outras regiões da cidade, tanto pelas linhas de ônibus quanto pelo metrô. Com uma história rica e diversificada, a Vila Mariana é conhecida por sua ampla oferta de cultura, educação e comércio.

Levando em consideração um dos pontos principais, o lazer e entretenimento, o bairro conta com o maior parque da América Latina à sua disposição, o Parque Ibirapuera. Um dos lugares mais famosos da cidade, é um ponto interessante para relaxar, dar um passeio com os amigos, praticar esportes, visitar museus, alugar bicicletas entre outras diversas atividades. O Parque Ibirapuera é sede de importantes instituições culturais como o Museu de Arte Contemporânea, Auditório Ibirapuera, Museu Afro Brasileiro, Oca e muito mais, sendo necessário mais de um dia para conseguir visitar tudo o que o parque oferece. Além do que há no Ibirapuera, há outros museus espalhados pelo distrito, possui também o Sesc Vila Mariana, sempre com exposições sobre diversos temas para visitação. 

O Distrito da Vila Mariana é uma região da cidade de São Paulo onde moram pessoas com uma condição de vida acima da média. Segundo dados revelados pelo censo do IBGE em 2020, o IDH do Distrito da Vila Mariana estava entre os 10 maiores IDHs da cidade de São Paulo, chegando aos 0,950 sendo o 7° maior IDH da cidade de São Paulo. Porém, muitos moradores do distrito ainda não sabem de onde vem todo o dinheiro usado para construir prédios. Esse foi um dos argumentos usados por Guilherme Gori, de 27 anos, arquiteto, morador da região, ele disse que têm surgido muitos shoppings, mercados, entre outros estabelecimentos na região e isso é suspeito, pois ninguém sabe de onde vem tanto dinheiro para todas essas construções.

Relato de Guilherme sobre o Assunto:

A Vila Mariana também possui um dos índices de expectativa de vida mais elevados de São Paulo. Segundo dados divulgados pelo Censo de 2018, o Distrito da Vila Mariana possui uma expectativa de vida de 78,17 anos e a taxa de mortalidade infantil chega aos 0,7%, o que representa uma taxa muito baixa em relação, por exemplo, ao distrito Cidade Tiradentes, no extremo da zona leste, que apresenta 16,42% de acordo com uma pesquisa da Agência Brasil de 2020.

Outro ponto que o Guilherme Gori sinalizou foi o problema da segurança. Em suas palavras, “após a descentralização da Cracolândia, muitos ‘Nóias’ acabaram migrando para a Vila Mariana e andam pelas ruas assaltando os moradores e visitantes da região”. Por conta disso, ele pensa que a região pode se desvalorizar bastante pela falta de segurança nesse quesito, que deixa diversos moradores da Vila Mariana muito incomodados.

Guilherme também destacou um ponto que, segundo ele, vem tirando a característica de “vila” do distrito, porque está havendo uma verticalização do distrito. O jovem de 27 anos apontou que cada vez mais estão sendo construídos prédios, sejam residenciais ou comerciais, faculdades e outras estruturas do tipo. Por conta disso, está havendo uma verticalização do distrito.

Esse último ponto apontado pelo entrevistado deixa nítido que antes o distrito possuía características mais residenciais. Hoje em dia, essa verticalização vem deixando a Vila Mariana com traços mais comerciais, deixando de lado o padrão esperado de uma vila para o distrito.

O Distrito da Vila Mariana é, em sua maioria, ocupado por idosos. Muitos deles possuem problemas de mobilidade, como é o caso da aposentada Nilza de Souza, 82 anos, que mora na região há mais de 40.

De acordo com Nilza, o distrito é ótimo. Tem tudo perto, hospitais, comércios, porém a qualidade das calçadas deixa muito a desejar. Ela complementa afirmando que para aqueles que têm dificuldades para andar, as ruas complicam bastante.

Obras no meio da rua com asfalto quebrado e impedindo a chegada dos Ônibus mais próximo ao seu ponto:

Nilza afirma que as calçadas estão estragadas, que o nível é ruim. Ainda conclui ressaltando que esse é o único ponto negativo do Distrito da Vila Mariana na visão dela. “A calçada não é nivelada, reta. Você entorta o pé pra caminhar, tem que ver isso com a prefeitura… Quando eu era mais jovem não me incomodava, mas agora estou mais velha e com bengala, é complicado.”

Dona Nilza relata que a pior rua para caminhar é a Joel Jorge de Melo. “Você não anda, não tem como. A calçada é estreita, você desce pelo meio da rua, das que eu andei é a pior, até para os mais jovens.”

Os locais que Nilza mais frequenta no Distrito são, o mercado Pastorinho, o Shopping Santa Cruz, Farmácias da Região, como a Droga Raia e Drogaria São Paulo e a Feira de Rua perto de sua residência. Ela ressaltou a facilidade de encontrar os comércios de seu interesse. O bairro, apesar de ser majoritariamente residencial, possui diversos estabelecimentos de fácil acesso para os moradores do distrito.

Por fim, Nilza fala sobre uma atividade disponível no Distrito Vila Mariana que foi criada por ela mesma, o “Coral Cantando no Quintal.” Atividade da qual acontece em seu próprio Quintal, é livre e qualquer pessoa que goste de cantar pode participar. Basta apenas fazer um teste para saber se está apto a participar do grupo. O coral acontece todas as segundas-feiras das 19:30 às 22hrs.

Já o dono da Banca de Rua, Salustiano Rocha de Barros, 58 anos, trabalha na região há mais de 25.

Ele diz que o Distrito é bem seguro, a polícia está sempre presente, mas as pessoas também devem estar atentas o tempo todo (em qualquer lugar da cidade, não apenas na Vila Mariana). Ele complementa dizendo que desses 25 anos que ele trabalha na região. Os índices de assalto variam bastante, um ano está mais alto, no outro está mais baixo e assim vai…

Salustiano ainda complementa dizendo que houve uma grande Urbanização no Bairro e com a chegada de mais moradores, aumentou o número de clientes que frequentam o seu estabelecimento. Porém, a construção de prédios aumentou e, com isso, alguns estabelecimentos como padarias, bares e restaurantes foram demolidos e substituídos por prédios, deixando assim, várias pessoas desempregadas.

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