Em março, a Escola Estadual Thomazia Montoro foi alvo de um atentado. Um aluno de 13 anos, esfaqueou um outro aluno e quatro professoras, sendo que uma delas, Elisabete Tenreiro, de 71 anos, teve uma parada cardíaca e não resistiu aos ferimentos, e morreu.
Joenilson Almeida de Oliveira, de 38 anos, manobrista que trabalha em um estacionamento próximo à Escola Thomazia Montoro, informou que “no dia do atentado, enquanto trabalhava, ouvi os gritos na rua. “Saí para a rua e ouvi o relato das crianças sobre o furo (esfaqueamento) da professora, então fiquei com eles e os acalmei um pouco”.“Um filho meu já estudou ali, então fiquei muito triste com o ocorrido”, acrescentou.
Oliveira disse que a semana do atentado foi “muito difícil”, principalmente por conta dos moradores comentarem bastante sobre o ocorrido, mas não houve um clima de medo, mas ficou um ambiente bem triste.
Jadson Ribeiro da Cruz, marceneiro de 32 anos que trabalha em um local ao lado da escola, revelou que ele e seus colegas perceberam que algo “estranho estava acontecendo”. Isso foi possível porque ele abre a firma às 7h, horário próximo em que a escola abre.
“Assim que abrimos a firma, as crianças já vieram correndo para cá, e percebemos a movimentação delas ‘muito assustadas’”, disse Cruz. “Chegamos a perguntar para uma delas o que teria acontecido, e ela falou sobre o atentado”, afirmou.
Cruz informa que o clima ainda continua “pesado”, especialmente pelo fato de “muitos alunos ainda não voltaram e não pretendem voltar para escola, como algumas alunas que ficaram ‘em choque’, elas nem voltaram mais”. O marceneiro revelou que alguns até anunciaram venda e aluguel de suas casas, numa tentativa de saírem do lugar.
O autor do atentado
Joenilson Oliveira falou que “na sexta-feira (24 de março) teve uma briga com um colega dele e até o ameaçou, que não foi na segunda”. O manobrista revelou que o autor do atentado veio “preparado” com a faca e que os moradores já sabiam da briga, mas não no que viria a acontecer.
De acordo com o portal g1, a polícia investiga sobre a possível participação de outros dois alunos no ataque. A Justiça concedeu a quebra de sigilo do celular, do computador e do videogame Xbox do adolescente que matou Elisabete.
Segurança reforçada
Ambos os trabalhadores revelaram que a segurança policial foi reforçada no local. Com o aumento de rondas, a taxa de criminalidades, como roubos, saques, ou invasão de casas, diminuíu consideravelmente. “A sensação ficou boa, e a segurança realmente aumentou”, disse Oliveira.
Bruno Chaves Rosa, de 34 anos, um morador que acabou de se mudar para o local, e vive praticamente “em frente” ao colégio, também acredita que a segurança aumentou. “A gente percebe, como morador, que depois do atentado, sempre tem polícia, tem ficado polícia em quase todos os horários da escola, reforçando bastante a segurança”, disse Bruno.
“Agora tem mais segurança na rua, você vê policial perto da escola direto, algo que não acontecia antes”, comentou o marceneiro Cruz. “Agora com o atentado, não que seja bom (o atentado ter ocorrido), agora há mais policiais [e segurança].”