Flávia Falsetti
Aya é um símbolo africano representado por traços que se assemelham a uma samambaia. A planta cresce em lugares difíceis e diversos, sendo utilizada para representar resistência e superação. É com esse símbolo que descrevo os comerciantes de roupas africanas que ganham a vida nas ruas que compõem o bairro da República.
A moda africana tem sido cada vez mais valorizada, e isso se reflete também na cidade de São Paulo, em especial no bairro da República. É possível encontrar diversas lojas que oferecem roupas e acessórios que trazem um pouco da riqueza cultural desse continente para o Brasil.
A Rua Barão de Itapetininga abriga várias histórias de pessoas que deixaram seu continente em busca de uma vida melhor. “Quando eu cheguei, eu não sabia que tinha nada aqui que é do nosso mundo (África). Quando eu percebi que tem um outro mundo aqui, que você pensa no teu país, aí que eu comecei”, conta Yawavi Etekpor, 41, costureira e vendedora de roupas que recordam suas origens. Seus produtos chamam atenção devido a imensa quantidade de cores vibrantes e estampas diferentes, mas que carregam grande significado para quem os entende. Em sua conta do instagram (@yawai_design), ela mostra um pouco do seu dia a dia no trabalho e divulga suas mercadorias.
As roupas africanas estão se tornando cada vez mais populares para serem usadas no cotidiano. Yawavi conta que a maioria de seus clientes são brasileiros por conta do tecido, que é um diferencial da peça.
Existem muitos tipos diferentes de tecidos africanos, cada um com sua própria história e significado cultural. Por exemplo, o tecido Kente é originário de Gana e é feito à mão em um tear tradicional. O tecido é formado por faixas coloridas de algodão que são costuradas juntas para criar um padrão vibrante e intrincado. Cada cor e padrão tem um significado simbólico diferente, e o tecido é frequentemente usado em ocasiões cerimoniais, como casamentos e funerais.
Outro tecido popular na África é o Ankara, também conhecido como tecido africano de cera. É feito usando uma técnica de estampagem em tecido com cera derretida. O tecido é então tingido em várias cores, com as áreas cobertas de cera permanecendo com a cor original do tecido. O Ankara é usado em toda a África Ocidental e é frequentemente usado para fazer roupas tradicionais, como vestidos e saias.