Ausência de áreas verdes na Mooca e fim do Parque Sabesp incomoda moradores

O bairro da Mooca tem um saldo negativo de áreas verdes e está na lista dos sete distritos de São Paulo menos arborizados

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Parque Sabesp Mooca fechado por falta de infraestrutura.

A Mooca, tradicional da Zona Leste de São Paulo, é famosa pelos centros industriais e pela predominância da cultura italiana, e no último período sofre com o fechamento de um de seus únicos parques, o Parque Sabesp. A região está bem abaixo da média recomendada de áreas verdes pela OMS que é de 12 metros quadrados por habitante, e conta com uma média de menos de 3 metros por habitante.

O Parque Sabesp Mooca Fiori Gigliotti, mais conhecido como Parque Sabesp, foi inaugurado em setembro de 2014 e contava com uma área de 20.000 m² em meio a Avenida Paes de Barros, uma das mais famosas do bairro. O local arborizado, tornou-se uma das únicas opções de lazer na região, que são limitadas devido ao crescimento urbano.

Cidalia Pereira, 79 anos, moradora do bairro há mais de 60 anos, disse que o parque era um ótimo local para passear aos domingos e levar seus netos para brincar, mas tudo mudou quando o parque começou a apresentar problemas na infraestrutura “o chão estava com muitos buracos e elevações, para nós mais velhos era muito difícil de caminhar, estava totalmente abandonado” – lamenta Cidalia.

Ao ser inaugurado, o espaço se tornou um dos únicos com áreas verdes na região. Foram plantadas 200 árvores, e mais de 3.000 arbustos e trepadeiras. A proposta visa a arborização e promove a educação ambiental, além da criação de um bicicletário para incentivar a utilização deste meio de transporte para reduzir a emissão de gases poluentes.

Entrada do parque abandonado.

Para Silvia de Figueiredo, 53 anos, aposentada, nascida e criada na Mooca, o parque era um lugar em que ela se sentia segura para fazer suas caminhadas matinais e podia se conectar mais com a natureza em meio ao caos de São Paulo – “eu sentia mais segurança de andar no parque do que nas ruas. Antes eu costumava fazer minhas caminhadas na Avenida Paes de Barros, mas não é um lugar seguro para pedestres”.

No entanto, Silvia afirma que depois que o parque fechou pela primeira vez em 2021 pelo período de 6 meses, nunca mais conseguiu aproveitá-lo da mesma forma, pois haviam muitos problemas na infraestrutura, como o piso desnivelado, as árvores sem poda, prejudicando a iluminação do parque, a grama alta, dificultando a identificação de buracos e os pisos sempre cheios de poças de água.

Ao ser questionada sobre o funcionamento do parque, a assessoria da Sabesp informou que o espaço permanecerá fechado, enquanto manutenções gerais e pontuais nas instalações do local estão em andamento. “A fim de evitar qualquer acidente com os frequentadores, o parque permanecerá fechado até a conclusão dos serviços”. A Companhia prevê que o parque reabra até dezembro de 2023. As melhorias previstas são: o fim dos focos de água parada, plantação de floreiras, e a reforma dos pisos danificados, que darão espaço para gramados.

A Sabesp faz parte da lista do Governo de São Paulo de empresas estatais a serem privatizadas.

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