O avanço tecnológico, embora proporcione inegáveis melhorias nos diagnósticos e tratamentos, também impõe adversidades singulares. A incorporação de novas tecnologias requer investimentos significativos, e a constante atualização profissional torna-se uma demanda crescente. Profissionais de saúde em Moema precisam, assim, equilibrar a adoção de inovações tecnológicas com a garantia de que essas ferramentas estejam acessíveis e em sintonia com as necessidades da comunidade.
Em meio a esses desafios, emerge a dedicação dos médicos de Moema, que buscam superar as barreiras em prol do bem-estar de seus pacientes. No intricado sistema particular de saúde, cada desafio enfrenta não apenas obstáculos, mas também oportunidades para aprimorar e fortalecer a prestação de cuidados médicos.
Ao considerar a perspectiva do ilustre cardiologista, Dr. Paulo Sérgio de Moraes, de 59 anos, a telemedicina se revela como uma dualidade intrigante. Embora a modalidade proporcione o privilégio de exercer suas atividades profissionais no conforto doméstico, assim como a vantagem de eliminar custos adicionais relacionados à locomoção, a condução do atendimento ao público, em seu espectro mais abrangente, é desafiadora.
Em sua essência, esta prática permite a transmissão remota de informações médicas, viabilizando consultas, diagnósticos, e até mesmo intervenções terapêuticas à distância. Esta ponte digital democratiza o acesso à expertise médica independentemente da localização geográfica. Entretanto, a ausência do exame físico presencial e da contextualização completa do ambiente do paciente pode resultar em diagnósticos superficiais, promovendo intervenções que, em uma análise mais aprofundada, poderiam ser evitadas ou ajustadas.
Paulo conta que trabalhou em hospitais de forma presencial por 30 anos – entre eles, o Alvorada Moema. Contudo, com a chegada da pandemia do coronavírus, optou por realizar atendimentos on-line por meio de convênios particulares. “Tive muito medo de ser infectado pelo vírus e passá-lo para a minha família, já que eu e minha esposa pertencemos aos grupos de risco. Ambos somos de meia-idade, e além disso, pertenço a um certo grau de obesidade e ela sofre de bronquite e asma.” completa.
Dentre a gama de pacientes atendidos à distância, o cardiologista relata que os idosos costumam ser os que mais dificultam o processo do atendimento, seja pelo leigo conhecimento tecnológico, ou pela dificuldade de ouvir as recomendações prescritas devido à perda de audição. “Muitas vezes tenho que aumentar o meu tom de voz e até gritar para que o paciente possa me escutar. Alguns atendem a consulta quando estão dirigindo, o que dificulta na hora de ouvir suas queixas por conta do barulho do ambiente.” Diz.