Penha de França é um antigo bairro localizado na Zona Leste de São Paulo. É bastante residencial, muitas casas antigas que estão abandonadas ou são moradia de idosos. A região possui poucos comércios grandes, apenas algumas lojas de conveniência e padarias entre as casas. O local mais movimentado é no centro, onde fica localizada a Igreja de Nossa Senhora da Penha e um hospital público.
Mesmo com a pouca circulação de pessoas na Penha, o bairro ainda é considerado muito perigoso por seus moradores. Os dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, apontam que no ano de 2023, aconteceram 2.320 furtos e 1.147 roubos ocorreram na região.
Maria Alves, é uma comerciante que reside e trabalha no bairro de Penha de França há 15 anos. Hoje, sendo atendente de uma lanchonete próxima ao metrô e terminal de ônibus, conta sobre sua experiência no bairro. Mesmo sabendo que acontecem muitos assaltos na região, a comerciante acredita que a Penha não seja um bairro tão perigoso, mas sim um bairro que tem crimes como em toda cidade de São Paulo. Na Rua Guaiaúna, onde fica localizada a lanchonete MM Cafianga, na qual Maria trabalha, é um local onde acontecem muitos roubos e furtos de celulares. “Pegam e saem correndo, normalmente de bicicleta. De noite os roubos são assim, porque eles acham mais fácil”, diz Maria.
A comerciante nunca viu um assalto acontecendo na sua frente, mas de vez em quando ouve barulho de vidros e portas quebrando. São nessas situações que ocorrem alguns roubos em casas, mas eles não são os mais comuns, acontecem com bem menos frequência. “Eu acho que está diminuindo na verdade, antes tinha mais assaltos por aqui”, diz Maria Alves. Ao relembrar um pouco do bairro quando começou a morar na região, a comerciante da lanchonete relembrou que anos atrás a criminalidade era bem maior no bairro.
“Costuma ter uma gangue de bicicleta, de jovenzinhos que assaltam principalmente dentro do terminal de onibus”, diz um jornaleiro. Kleber Santos Melo de 44 anos é jornaleiro e reside nos arredores de Penha desde que nasceu. Com sua banca próxima ao terminal de ônibus, Kleber conta que a gangue de bicicleta, “que tem cerca de seis membros, assalta quem aguardam na fila para entrar no transporte público. De acordo com ele, houve uma piora na quantidade de assaltos e furtos na região em comparação a “quando era pequenininho”. “Já foi gente nova, gente velha, sozinha, em grupo, de manhã, de tarde, noite, de domingo, mas faz muitos anos que não aconteceu mais”, diz Kleber Santos ao comentar que já perdeu as contas de quantas vezes foi assaltado.
Com sua banca há 18 anos na região, Kleber disse que já viu de tudo no bairro da Penha. Como convive ouvindo relatos, sempre recebe notícias de pessoas que perderam o celular ou foram furtadas recentemente. Alguns dos casos, os roubos ocorrem na frente de sua banca, e é possível ver tudo de camarote. “A única coisa que nunca houve foi disparo de arma, nunca ouvi. Mas já vi gente falando que foi ameaçado com arma”, diz o jornaleiro.