Dengue diminui no distrito de Campo Belo

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Campo Belo foi o sexto último distrito a entrar em estado de epidemia, no mês de abril 

Aedes aegypti, o mosquito transmissor da Dengue. Foto: Getty Images 

O ano de 2024 já está marcado por uma forte epidemia de dengue, no Brasil. Por todo o país, foram registrados mais de 6,5 milhões de casos, desses, pouco mais de dois milhões foram registrados no Estado de São Paulo. Apenas no município de São Paulo, foram notificados 600 mil casos, sendo a Zona Sul da cidade a região com menor incidência da doença. O distrito de Campo Belo, por exemplo, foi um dos últimos a declarar estado de epidemia, precedido por apenas cinco outras regiões de São Paulo, que eram elas República, Jardim Paulista, Moema, Saúde e Vila Mariana. O Brasil está no topo do ranking em número de casos de Dengue, tendo 82% de todos os registros do mundo inteiro. O Estado de São Paulo registra pouco mais de 30% dos casos do país. 

A Dengue é uma doença arbovirose, ou seja, doença causada por vírus transmitida através de mosquitos ou aracnídeos. O inseto vetor é o Aedes aegypti que, além da Dengue, que tem quatro variantes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), transmite também Chikungunya e Zika por meio de sua picada, caso o mosquito esteja infectado pelo vírus. Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e mal-estar, podendo evoluir para a chamada Dengue grave (ou hemorrágica). Neste caso, os sintomas são hemorragias e ataques mais fortes a órgãos como fígado, baço e rins. Não há um tratamento específico para a dengue, existindo apenas a recomendação de medicamentos para controle dos sintomas, além de alta hidratação. Atualmente, para o combate/prevenção da Dengue, existem duas vacinas, a QDenga, que protege contra as quatro variações da doença, tendo um intervalo de 90 dias entre a primeira e a segunda dose, e a Dengvaxia, que é recomendada para pessoas que já contraíram o vírus, com intervalo de dois meses entre a primeira, segunda e terceira dose. 

 

 

Vacina contra a Dengue: QDenga (Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press) 

No dia 10 de abril de 2024, o distrito do Campo Belo era um dos nove dos 96 da cidade de São Paulo que ainda não havia declarado o estado de epidemia de Dengue, com taxa de 227,4 casos a cada 100 mil habitantes. No dia 18 de abril de 2024, o distrito de Campo Belo entrou em epidemia, de acordo ao parâmetro da OMS, que diz que o estado é epidêmico ao passar de 300 casos a cada 100 mil habitantes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, é considerado epidemia quando passa dos 300 casos a cada 100 mil habitantes. Desde o início do ano, o distrito do Campo Belo registra casos, que durante as 37 semanas notificadas no registro semanal da cidade de São Paulo, as médias foram de 40 casos por semana. De acordo com o Boletim Arboviroses, que é postado toda segunda-feira no site do governo do município de São Paulo, o distrito administrativo de Campo Belo passou de 1,5 mil casos e com incidência próxima de 2,4 mil casos a cada 100 mil habitantes, conforme o último registro divulgado na segunda-feira (23/09), com um aumento de 15 casos no relatório referente ao período da semana 36 (01/09-07/09) para a semana 37 (08/09-14/09). O ano de 2016 era o pior em número de infectados pela Dengue, com 385 registros no Campo Belo. Já em 2024 as notificações de confirmação da doença quintuplicaram, chegando à marca de 1.5 mil casos. 

 

Vasos de plantas com água podem se constituir em criadouros para o Aedes Aegypti – Foto: Arquivo – Palácio Piratini (Eduardo Seidil) 

Segundo a Subprefeitura de Santo Amaro, foi comunicado que a última reunião divulgada ocorreu no dia 10 de abril de 2024, quando  as medidas discutidas para conter o avanço da Dengue na região foram a colocação de faixas de conscientização sobre a dengue, através da UVIS, em pontos estratégicos de Santo Amaro, a deliberação de limpeza e trabalhos constantes com larvicidas em áreas com potencial de formação de criadouros, informes sobre a vacinação contra a dengue e ações da UVIS (Unidades de Vigilância em Saúde) no bloqueio das transmissões pelo mosquito Aedes aegypti. Além disso, foram publicados pela Subprefeitura de Santo Amaro em suas  redes sociais os cuidados e como se prevenir para com a Dengue, com as informações de praxe, como manter calhas limpas, fechar as caixas d’água e não deixar água limpa parada em pratos de flores ou plantas e em pneus. Nessa postagem também foram sugeridos outros modos de prevenção, como uso de repelentes e de roupas longas, para diminuir as áreas expostas. A Subprefeitura de Santo Amaro, em parceria com o governo municipal e o Sistema Único de Saúde (SUS), instalou tendas para o atendimento de pessoas com sintomas de dengue. 

Situações de vulnerabilidade podem contribuir para o avanço de doenças infecciosas. A falta de saneamento básico, por exemplo, favorece a proliferação do Aedes aegypti. A explicação para os números do Campo Belo, no entanto, pode estar na melhor infraestrutura de saneamento básico em relação a diversos outros pontos da cidade de São Paulo. O poder aquisitivo da população também conta, já que é possível com mais recursos adquirir materiais que auxiliem na prevenção da dengue, como boas telas anti-mosquitos e repelentes mais eficazes.  

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