Vila Gumercindo é um bairro residencial com uma comunidade muito ativa e unida até os dias de hoje. Localizada entre o Bosque da Saúde e Ipiranga, a Vila Gugu ou Vila Gume, como os moradores chamam, tem acesso através das estações de metrô Santos Imigrantes e Alto do Ipiranga e é bem servida de transporte com linhas de ônibus. O bairro é atravessado por vias importantes, como as avenidas do Cursino e a Doutor Ricardo Jafet, que dão fácil acesso a outras partes da capital paulista. Nesse sentido, esses e outros pontos positivos fazem do bairro um dos melhores lugares para viver com a família e ter uma ótima qualidade de vida.
Era praticamente um vilarejo, habitado por portugueses e alemães, quando em 1952, a Sociedade Amigos da Vila Gumercindo foi criada por Doutor Eduardo de Campos Rosmaninho no fundo de um bar na rua Dom Sebastião do Rego. Na mesma rua, reside um ponto notório e importante, a Paróquia São Francisco de Sales, que tal como o grupo criado, une e move os moradores até os dias presentes. A igreja é ponto de encontro para missas, procissões, bazares e eventuais comemorações, por exemplo, festas juninas.
O entrevistado Guilherme Rebeschini (foto acima) narra toda sua experiência de nascer e crescer em um bairro assim desde 1989, durante todos seus 34 anos. “Minha vida se resume a Vila Gumercindo”, indica o morador. Ele conta de sua infância agitada, mas diz como era uma rotina muito agradável, com muitas crianças e amigos vizinhos que passavam o dia na rua jogando bola e empinando pipa, e, apesar de sua passagem por inúmeras escolas diferentes, todas eram dentro do bairro e mantém essas amizades até hoje. Participava dos eventos sediados pela paróquia, onde também fez catequese e crisma, e disse sempre se divertir nas festas juninas durante o mês de julho todo.
Atualmente, trabalhando como entregador, Guilherme descreve uma grande mudança que vem acontecendo ao longo dos últimos anos, as crescentes obras de prédios ao redor do bairro, que junto de si trazem novos moradores, nas palavras dele, “intrusos”. Justamente por ser uma comunidade antiga, a maioria dos moradores já são idosos, onde, infelizmente, acontecem grandes perdas. Ele aponta que, por isso, vão ficando apenas os “intrusos”, mas os poucos que restam, mantém a tradição e história do bairro vivas, “mas da Vila Gumercindo eu não saio!”, diz Guilherme.
Ao ser questionado sobre uma experiência marcante no bairro, ele diz, rindo, por ser um local muito tranquilo, as histórias emocionantes que acontecem são os assaltos nas ruas, que, ultimamente, vem acontecendo cada vez mais. “As coisas vieram perdendo a graça, mas acho que é a idade mesmo, porém o bairro continua da mesma forma, com ajuda, união e respeito entre todos.”