Casa do Povo resgata a cultura no Bom Retiro

Centro cultural oferece exposições e atividades visando fomentar a cultura entre os moradores do bairro

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A Casa do Povo do Bom Retiro, que cumpre o papel de centro cultural do bairro, no centro da cidade de São Paulo, também consiste em um lugar de memórias. O projeto social conta com diversas atividades e encontros que buscam ampliar o repertório cultural dos moradores do bairro. Neste momento, o espaço conta com uma exposição que busca resgatar parte de nossa identidade cultural e nos conectar aos pais fundadores deste país. Amostras de peças resgatadas como essa reacendem o debate acerca de uma certa dívida histórica que, principalmente, os países europeus teriam com antigas colônias

 

Desde 2005, Glicéria Tupinambá, artista, ativista, professora e intelectual da aldeia da Serra do Padeiro, vem trabalhando na retomada do manto para além do aspecto material ou da reivindicação de repatriamento de objetos confinados em museus do exterior. É o que explica Benjamin Seroussi, 29, curador e guia da biblioteca da Casa do Povo: “Receber este manto é uma enorme responsabilidade.” 

Benjamin Seroussi durante exposição

Durante a exposição, Seroussi nos conta como essas peças eram confeccionadas, “Para que um manto seja tecido pelos indígenas tupinambás, o território precisa estar em calmaria. Com um fio de algodão selado por cera de abelha, que lhe confere resistência, penas de diferentes pássaros são costuradas juntas.”, entre as principais preocupações que a equipe teve para trazer o manto, o modo de conservação e exposição foi o que gerou mais dor de cabeça, visto que a incidência da luz pode contribuir para o desbotamento das penas rubras. A passagem do manto ocorre em parceria com a MAC-USP, em conjunto com a mostra de documentários sobre a história do manto.

 

A Casa do Povo, conta com diversos andares, uma biblioteca, espaço para doações de brinquedos a crianças do bairro e instrumentos, projetos de desenvolvimento com base no esporte ainda movimentam a casa, sendo sede também do projeto Boxe Autônomo. O que se encontra neste local, além de muita vontade dos funcionários em contribuir com o desenvolvimento cultural dos moradores, são passos além da perna para tentar cobrir a lacuna deixada pelas políticas públicas do governo. Em constante reforma, a fachada improvisada e pouco convidativa esconde para os desavisados o coração do Bom Retiro, operando desde 1946.

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