A capital paulista vive com seus desafios no transporte urbano

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A capital paulista com, seus mais de 11 milhões de habitantes também tem números significativos quando abordamos a questão da mobilidade e transporte. São mais de 50 mil ruas e avenidas por quase 20 mil quilômetros. Por esse espaço serpenteiam mais de 12 mil ônibus em mais de mil linhas. Como auxílio temos metrôs e linhas de trens. Abaixo trazemos algumas histórias de quem vive nesta cidade e convive com seus problemas. E também de quem prefere mover-se de outras formas, de bicicleta, por exemplo.

Moradora de Pinheiros defende as ciclovias

Fernanda Freire

Monica Chaubet, 60, aposentada e síndica de prédio, é moradora do bairro de Pinheiros desde que nasceu e aponta que passou por diferentes pontos do local, “a parte da infância e adolescência fiquei no Pinheiros lá́ embaixo, perto da Rua Sumidouro, lá́ pra baixo, perto da marginal. Depois, nós nos mudamos aqui pra cima, que fica entre a João Moura e Cristiano Viana, na Avenida Rebouças mesmo”, conta Monica. Ela diz que a única época que passou fora do bairro foi quando morou três anos fora do Brasil, em Londres.

Segundo ela, é um lugar “andável”, com muita variedade de comércios pelas proximidades, com muitos restaurantes e coisas pra se fazer, “eu não tenho do que me queixar, eu tenho tudo aqui pertinho”, diz a síndica. Monica também conta que não utiliza mais carro e a comenta falta incentivo para o uso de transportes públicos para diminuir o volume de trânsito nas avenidas, e é preferível os transportes como ônibus ou metrô, por ser mais prático e mais rápido.

A moradora explica que ainda não teve a oportunidade de andar pela extensa Ciclovia Rio Pinheiros, mas que adora e pretende consertar sua bicicleta para isso. Ela expõe que, sem dúvidas, a fomentação de mais ciclovias em São Paulo deveria ser encorajada, mas, em princípio, pensada de uma forma mais social e urbana, de modo que, falta um planejamento inteligente para as construções das ciclofaixas, “o problema aqui, eu acho, é que não tem muito estudo, tudo é política, não é pelo social. Não tem nenhum engenheiro ou urbanista pra estudar o caso”, indaga a entrevistada.

Esses trabalhos só são feitos mais por um feitio político, como, por exemplo, em tempos de eleição, a Avenida Rebouças é toda reformada por ser uma grande avenida importante e é uma obra bem vista pela população, ainda mais a do Jardins, que consistem em pessoas de uma classe social com influência, logo, esses tipos de obras para a melhoria da mobilidade, não são encontradas em lugares afastados dos centros fervorosos e periferias.

Mobilidade e insegurança são desafios em Pinheiros

Mariana Nalesso

A estudante de psicologia,Pietra Petrini, 21anos, moradora entre os limites de Pinheiros e Vila Madalena aponta que apesar da região ter maior parte de seus moradores ter uma renda concentrada e o Índice de Desenvolvimento Humano ser considerado bom, a moradora não concorda que o distrito seja “perfeito” e aponta os fatores que interferem no desenvolvimento da região. 

Dentro das questões levantadas pela moradora a falta de segurança para acidentes de trânsito, devido a embriaguez de muitos que frequentam a região principalmente a noite, ela afirma se sentir insegura para andar na rua. “Por ser cheio de restaurantes e bares, conforme o tempo passa, só ficam os que bebem muito e depois pegam o carro, e como mulher fico com medo”, ressalta Pietra.

A pesquisa divulgada pelo Departamento Estadual de Trânsito sustenta essa preocupação, ao divulgar que 42% das mortes no trânsito, em São Paulo,  são por suspeita de embriaguez, além de causarem em média 10.000 acidentes por ano no estado, segundo os dados levantados.Além da falta de responsabilidade devido a embriaguez, Pietra ressalta que muitos moradores ficam alertas para a degradação de suas propriedades, “a maioria dos prédios e casas, adotam medidas preventivas como tapumes, porque as pessoas depredam tudo. “

Pietra Petrini destaca a questão da péssima situação de ruas e calçadas no distrito, devido aos grandes desníveis e a infraestrutura. Ela considera ser um local inapropriado para locomoção, com degraus altos e mesmo com muitos moradores andando a pé, ela não aproveita a região o tanto quanto gostaria. Além das calçadas que possuem muitos buracos, a estudante ressalta que muitos bares e restaurantes invadem o espaço público. Logo devido a essas circunstâncias, parte da população com mobilidade reduzida, como idosos e pessoas com deficiências físicas, não usufruem da região, a estudante aponta também que observa apenas crianças, pais e poucos moradores jovens se locomovendo a pé pela região. 

Metrô Vila Madalena facilitou a vida dos moradores

Fernanda Stradiotte

Aloísio Pedrosa Lira, de 54 anos, trabalha no prédio Smart Vila Madalena como gerente de condomínio, desde 2018. Seu ambiente de trabalho fica localizado na Rua Paulistânia, ao lado da estação de metrô Vila Madalena. Este é um dos pontos diferenciais do prédio, já que “as pessoas que moram Smart usam muito o metrô por ser bem próximo a estação. É mais fácil para se locomover aos bairros próximos”, segundo Aloísio. 

O interesse de apartamentos neste condomínio é, em sua maior parte, justamente por este motivo. “A maioria das pessoas que vão à procura de unidades para morar no prédio falam da facilidade de ter o metrô ao lado, além de acharem a região um local seguro”.

O gerente condominial também afirmou que “os moradores do Smart Vila Madalena, em sua maioria, não possuem carros, já que não veem necessidade”. Por serem apartamentos pequenos, num estilo de estúdio, o público do prédio é mais jovem. Jovens adultos que estão cursando a faculdade e trabalhando por perto, por exemplo.

Sua locomoção entre a casa e o trabalho acontece por este mesmo meio de transporte. O caminho da Vila Prudente até a Vila Madalena ocorre por toda a linha verde, uma vez que cada uma dessas regiões representa uma extremidade da linha. Apesar do transporte ser lotado nos considerados horários de pico, sua facilidade é um dos benefícios fornecidos por ele.

As estações de metrô são distribuídas pelo bairro. As linhas verde e amarela passam pela região com estações como Vila Madalena, Sumaré e Fradique Coutinho. Além da linha esmeralda, de trêm, que também está localizada na região com a estação de Pinheiros. 

Anteriormente, Aloísio já trabalhou em bairros como Moema, Morumbi, Vila Santa Catarina e Jabaquara. Ao compará-los com a Vila Madalena, localizada no distrito de Pinheiros, o gerente condominial afirmou que seu atual local de trabalho é o que mais se adaptou. “A comodidade é ótima, tem tudo que você procura muito fácil”. Em contrapartida, ressaltou que o custo de vida é maior do que o das outras regiões.

A dificuldade para quem se locomove em Perdizes

Renan

A mobilidade na região de Perdizes é assim como boa parte dos distritos da Zona Oeste. Casos como no Morumbi que demora em média 35 min por deslocamento, na Lapa 31 minutos o que é menor que a média de São Paulo. De 42 min em média segundo o mapa da desigualdade 2022.

Beatriz Braga, 19, não mora no bairro de Perdizes e sim na Brasilândia, mas vem sempre na semana para estudar. Segundo Beatriz poderia ter mais ônibus para facilitar a chegada para casa “o meu passa a cada 30 minutos”. Algo que está no mapa da desigualdade que tem ano-base de 2021 quando cita a média de locomoção de 32 min em Perdizes.

A estudante citou a importância do transporte público para as pessoas que não têm acesso a carro e moto ou não conseguem sair todos os dias com os seus automóveis devido a condição financeira.

De acordo com ela de sexta feira no bairro devido ao trânsito é complicado porquê demora mais para chegar em casa. E ela disse também que não há um grande movimento de bicicleta. Algo que acontece no lugar que ela mora também. No bairro tem mais carros, ônibus e motos.

Arivalda Leopoldino, 59, que trabalha como cuidadora e mora na região a mais de 40 anos, por não ter carro ela utiliza frequentemente trem, ônibus e metrô, diz que poderia ter um número maior de ônibus em relação aos outros dois transportes não tem um acesso rápido na região.

O metrô está em construção e será parte da linha 6, a laranja, e tem previsão de estar pronto até outubro de 2025.

Mauro Meireles, 59, é corretor e trabalha em Perdizes, utiliza o transporte público para chegar ao bairro, e falou: “de transporte público você consegue chegar mais rápido do que de carro” e disse que atende clientes que vem de carro e que demoram para chegar e não acham vaga para estacionar.

Algo que mostra o fato da relação dos que moram ou trabalham em Perdizes com o uso do transporte público, a porcentagem de pessoas que tem acesso ao transporte que é de 13,4% algo que se relaciona com não utilizar tanto ônibus quanto a média de São Paulo é 18,1%.

O acesso cicloviário é de 53,4%, mais do que a média de São Paulo 41%, mas é muito difícil ver uma bicicleta no bairro de acordo com Beatriz que diz não ver um grande movimento em Perdizes assim como é onde ela, na Brasilândia o acesso é bem menor que a média apenas 25,1%. Apesar de ter mais acesso à região de Perdizes, o distrito não incentiva uma utilização maior de bicicletas.

Renovação do Parque das Bicicletas em Moema

Vitoria Cristina Zamboti

Na agitação do cotidiano urbano, encontrar um refúgio que una natureza, mobilidade sustentável, esporte e lazer é um presente para a comunidade. Localizado na Alameda Iraé, em Moema, está o Parque das Bicicletas, um espaço que vai além de trilhas e caminhos. O lugar congrega a prestigiosa Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação (SEME), o notável Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP) e o distinto Clube Escola Ibirapuera.

Desde a inauguração em agosto de 2000, o parque tem acolhido um público notavelmente diversificado. Contrariando a sua designação específica, o expansivo espaço de 20 mil metros quadrados não se limita exclusivamente às bicicletas. Aqueles que anseiam por uma incursão têm a possibilidade de andar de patins, skate, patinete ou apreciar um passeio a pé e explorar as instalações de uma academia ao ar livre.

Sandra Aparecida Lopes da Silva, 53 anos,  dedica-se com afinco à prática dessa modalidade esportiva. “Já tiveram duas meninas que foram convocadas para a seleção. E elas chegaram agora essa semana da Argentina, ficaram em segundo lugar. E aí isso incentiva e motiva, né? Toda meninada a praticar esse esporte”, afirma.

O local encontra-se em processo de renovação há 6 meses. Sob a administração de Ricardo Nunes, o plano inclui a construção de um ginásio com capacidade para 12.000 pessoas, um edifício de estacionamento e um subsolo destinado a vagas para veículos VIP, ônibus e VVIP, conforme detalhado no edital. Em decorrência desse período de obras, as jovens atletas prosseguem com seus treinamentos nas instalações do Baby Barione, situado na região da Barra Funda.

Tanto Sandra quanto sua filha residem no bairro Parque São Rafael, em São Mateus, e, para alcançarem Moema, zona de sul de São Paulo, optam pelo deslocamento através dos meios de transporte público disponíveis na metrópole. Ao compartilhar sua jornada, Sandra ressalta: “Eu pego monotrilho, venho de metrô, ônibus, mas vale a pena, porque você vê, assim, o brilho no olhar deles, né? E quando você pratica esporte, não tem coisa melhor.”

 

 

 

 

 

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