São Paulo tem cada vez mais sido uma cidade mais perigosa de se viver, com grandes aumentos nas taxas de assaltos e de violências, não é diferente no bairro de Santana, localizado na zona Norte da cidade de São Paulo.
Moradores e trabalhadores da região falam que conforme passam os anos a segurança só piora e os assaltantes não ligam para os policiais que fazem ronda no bairro. Edson Gomes de Oliveira, de 48 anos, tem uma barraca de churrasco. De acordo com ele, a segurança no bairro anda cada vez mais escassa e só existe segurança realmente na frente da igreja, mas na rua mesmo não tem muita proteção. E quando questionado sobre achar que o bairro tem sido muito violento, ele disse que: “Assalto nem se fala, assalto tá cheio, só tem ladrãozinho de celular e fora isso a pessoa ainda tá andando e é capaz de levar uma gravata, e cara ainda roubar na cara de pau, na frente dos policiais”.
Diversos moradores e trabalhadores falaram sobre o fato de mesmo com policiamento nas regiões, os assaltantes ignorarem e continuam roubando, independente de qualquer coisa, e só saem de lá se os policiais começarem a chegar perto, o que diversas vezes nem chega a acontecer, de acordo com Edson, “Segurança mais ou menos, não vou falar que não tem, tem mas é mais ou menos, se falar com o policial ele vai falar que vai averiguar, que irá dar uma olhada e mais nada, só isso”.
Por essa falta de postura e ação por quem deveria ser o corpo de segurança no bairro, os moradores acabam se sentindo inseguros e ‘’esquecidos’’ pelas autoridades locais, ocasionando os moradores a não quererem mais morar no bairro, gerando ainda mais desvalorização do local e seus imóveis.
Outra moradora do bairro deu seu relato sobre a situação do bairro também, Izabella Braz Pinheiro, de 19 anos, é analista de pesquisa e desenvolvimento, “O bairro já foi melhor, ultimamente precisa ter maior cuidado. Mas, isso depende de cada região dentro do bairro, como por exemplo: perto da Braz Leme é um pouco mais tranquilo a segurança, pois tem posto policial, corpo de bombeiros e o campo de Marte próximo, porém em outras regiões está mais perigoso. Com um passar do tempo identificar assaltos a celular próximos de ruas como Doutor César, Voluntários da Pátria, Zucchini, saída do metrô se torna algo mais comum com motos e moradores de rua”, disse.
A entrevista trouxe à tona também o tópico de desigualdade social, “Não considero violento, dentro de Santana existe uma desigualdade bem grande em questões econômicas e consequentemente seguranças. Mais para o centro de Santana é possível identificar maiores perigos, porém em regiões como Braz Leme não tanto”, complementou.
A moradora Ana Lúcia Lenzi, vendedora de 54 anos, mora no bairro desde que nasceu, e falou sobre como é atualmente a situação da região, “Também tem bastante polícia, bastante segurança, mas o que está acontecendo, mesmo é que está tendo muito assalto ou roubo, e eu acho que é por isso, com toda a segurança que tem, ainda ocorrem esses roubos, furtos, porque eu acho que é o mundo, não só o país”.
Ela disse também, “Que não adianta, eles não tem medo nada, é cada hora uma coisa, são muitos golpes também agora, outros tipos de assalto não, só a mão armada, como também, né, com golpes que a gente, quanto menos espera, é desse golpe”.
De acordo com ela tem piorado a cada ano, e na época de fim de ano sempre piora, e terminou falando sobre a situação dos policiais “Chama a polícia, demora pra aparecer. E se tem a polícia na rua, eles também não se aproximam muito porque eles fogem. Quando vê a polícia, já sai correndo”. O policiamento tem sido um grande problema na região e todos os moradores falam isso, e com esse problema a situação de segurança tem só piorado. De acordo com trabalhadores e moradores também, os piores períodos são os da noite e da madrugada, mas ainda sim independente do horário tem que tomar cuidado para não ser assaltado na região.