Santana volta a sofrer com trânsito

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O bairro de Santana é tradicional, muito popular e é uma zona que possui muito congestionamento. Hoje em dia, o bairro conta com cerca de 118.000 habitantes. Tem suas zonas mais tranquilas e seguras, porém não é isso que vem sendo reportado por moradores e trabalhadores da região da zona norte de São Paulo. 

Um bom exemplo das reclamações é o Flavio Santos, 42, mecânico que trabalha na região há oito anos, e que criticou a falta da supervisão pela Companhia de Engenharia de Tráfego quando os semáforos ficam embandeirados. O trabalhador passa de ônibus pela Avenida Cruzeiro do Sul, onde se situam duas estações de metrô,com grande fluxo de pessoas. De acordo com ele, o principal problema é a falta de fiscalização por parte da Companhia de Engenharia de Tráfego. “A CET é difícil, ela é boa para dar multa. Hoje eu não venho trabalhar de carro, porque se tirar o carro da garagem, você toma multa, em dia de chuva então, pode esquecer”, reclamou o mecânico.

De acordo com o site do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo, ocorreram 14 casos de alagamento em todo o bairro apenas no mês de março, dentre esses, apenas 5 eram intransitáveis por conta do estrago feito pelas condições climáticas. Os casos de congestionamento são agravados pelo grande fluxo de pessoas que ocorre na zona norte de São Paulo, e os habitantes contam com os mais de 60 pontos de ônibus e exatas três estações de metrô dentro do bairro. Quando se tem essa demanda de pessoas, deve haver a mesma demanda no sentido de organização pelos responsáveis da área, neste caso, a CET.

Julimar Moraes, 49, um vendedor de pipoca que fica no mesmo ponto em frente à Basílica Menor de Sant’ana há 30 anos, reforçou a falha da organização de trânsito por parte dos responsáveis e ainda comentou que em todo seu tempo de experiência ali no bairro, aprendeu a se beneficiar do congestionamento enquanto trabalha. “Tem que aproveitar enquanto o ônibus está parado e o pessoal que está esperando no ponto fica esperando, sempre vem umas 2 pessoas de cada ônibus com fome”, afirmou Julimar. 

De acordo com a própria CET, a média do trânsito da zona norte de São Paulo nos horários de pico (das 6h às 9h e das 17h às 19h) é o segundo mais congestionado de toda a cidade, com cerca de 45 km de lentidão, o que corresponde a um aumento de 20% em relação ao trânsito nos horários menos movimentados. Apenas a zona sul, que possui cerca de 70 km de lentidão, fica na frente da região nortista da capital. Apesar de apresentarem todos esses dados, as reclamações em relação à companhia não param. 

“Todo mundo sofre com trânsito, o problema é que a situação aqui da região poderia ser melhorada se eles (CET), fizessem o trabalho deles”, afirmou Flávio. O bairro conta com cerca de 60 pontos de ônibus e três estações de metrô, então acaba sendo a melhor alternativa para quem precisa chegar na região e está insatisfeito com o controle do trânsito.

Além do fator da perda de tempo, Cayo Pirani, 22, morador desde seu nascimento da região, também pontuou o perigo que o congestionamento traz aos que passam pelas avenidas importantes, como a Avenida Cruzeiro do Sul, que é o caso dele. “Fui assaltado duas vezes nos meus 21 anos, e as duas vezes foram quando estava parado no trânsito da Cruzeiro”, disse Cayo. Os casos de furto, violência e ocorrências que ocorrem em função do congestionamento são bem recorrentes na região norte de São Paulo como um todo, e esse é um problema que os moradores enfrentam há um bom tempo. Em agosto de 2021, o advogado Daniel Murad se envolveu numa briga de trânsito, acabou sendo baleado e não resistiu aos ferimentos.

 

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