Disputa multiculturalista no bairro do Bom Retiro

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Residentes do Parque do Gato se unem em prol da preservação cultural e do planejamento inclusivo para o Bom Retiro

Maria das Graças Silva, 78, aposentada, percorre as ruas do Bom Retiro e sempre se surpreende com as mudanças do bairro. Criada no bairro desde criança, Maria não se importa muito com as disputas entre moradores que ocorrem atualmente, se importando mais com os momentos que viveu durante a infância.

“Por morar no Bom Retiro, lembro sempre dos amigos de diferentes nacionalidades que fiz e dos dias em que brincava no Parque da Luz”, disse Maria.

Residente do Parque do Gato, uma favela situada ao norte do bairro do Bom Retiro, Maria viu o local onde mora se transformar ao longo dos anos e lembra das histórias que ouvia quando criança sobre aquele lugar. O espaço que, em 1895, foi uma fazenda de escravos, hoje dá lugar à COHAB Parque do Gato, com moradia pública e áreas de lazer para as pessoas que ali residem, além de movimentos como o ‘Mulheres da Luz’, que visam ajudar mulheres que estão saindo da prostituição.

Maria não demonstra preocupação com as questões relacionadas à diversidade cultural do bairro, uma visão compartilhada pelo morador boliviano José Quinteros, de 35 anos, também residente no Parque do Gato. 

No entanto, Quinteros destaca que as disputas em torno da multiculturalidade e a negligência da prefeitura em relação aos moradores do bairro geram conflitos constantes diante das mudanças propostas pelas autoridades municipais.

José destaca que a luta não é apenas contra o projeto ‘Koreatown’, mas sim por um plano de desenvolvimento que seja inclusivo e respeite as demandas de todos os habitantes do Bom Retiro. Com o apoio de movimentos sociais, ativistas e líderes comunitários, os moradores têm se organizado para apresentar propostas que contemplem a valorização das culturas presentes no bairro, a melhoria das condições de vida, o acesso a serviços básicos e a preservação das áreas históricas.

Enquanto a discussão segue em andamento, outros residentes e organizações continuam a promover encontros, debates e ações comunitárias para garantir que a voz dos moradores seja ouvida nas decisões que impactam diretamente suas vidas.

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