Projeto de boxe conquista jovens do Bom Retiro

Esporte é ministrado voluntariamente durante a semana

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O projeto “Boxe Autônomo”, localizado na Rua Três Rios 252, mesmo endereço da “Casa do Povo”, centro cultural do Bom Retiro, cumpre hoje um papel que as políticas públicas do governo de São Paulo deveriam, atendendo cerca de 330 alunos do bairro entre os dias de segunda à quinta-feira. 

 

As aulas são em sua maioria ministradas pelo professor Michel de Paula Soares, 31, doutorando em antropologia pela Universidade de São Paulo e professor de boxe e residente do bairro desde seu nascimento.

 

“Começamos o projeto com o intuito de reunir amigos para preencher nosso tempo ocioso. Com o andar da carruagem, redescobrimos o poder de transformação e mobilização que o esporte pode ter na vida de um jovem periférico”, afirmou o professor.

 

O boxe, ou pugilismo, tem sua origem no Antigo Egito como forma de entretenimento para os faraós, só chegando a adquirir caráter competitivo no início do século XX. Poucos anos depois, após sua consolidação nos EUA, o Brasil também começou a produzir grandes nomes no esporte, como o bicampeão mundial Eder Jofre. 

 

Mesmo com pouco investimento a paixão pelo esporte e os talentos continuam a florescer aqui em nosso país e, mesmo que boa parte dos jovens periféricos comecem a se envolver com o esporte visando a ascensão financeira, o projeto “Boxe Autônomo” tem o objetivo de atender todas as demandas de seus alunos, que, claro, pertencem a diversas faixas etárias.

Academia próxima a sede é usada para manter a forma dos alunos

Atualmente, o esporte por si só já é um grande agente social na vida de muitas pessoas. Além disso, ainda se tem a possibilidade de ter o exercício físico agregado à representatividade e tradição.

 

Dentro desta realidade, Michel de Paula Soares, ou Professor Michel como mais é conhecido, populariza o boxe para o Bom Retiro. Morador da comunidade há mais de 30 anos, o pugilista há mais de uma década leva os ensinamentos da arte marcial para a comunidade do centro da cidade.  

 

“Por uma certa ‘ignorância’ de quem vê de fora, pode até parecer que somos bárbaros, que juntamos adultos para brigar ou incentivamos garotos a fazer isso, mas a grande verdade é que o boxe ensina muito sobre disciplina e respeito”, diz.

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