O outro lado do Bom Retiro

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É impossível não notar e fazer vista grossa para a situação dos moradores de rua quando se visita ao bairro do Bom retiro. Reinaldo Pereira, de 56 anos, nos deu uma oportunidade de saber um pouco sobre sua história e de como lida com o dia a dia nas ruas de São Paulo

Reinaldo disse que entrou nessa situação por meio do uso de drogas, mais especificamente pelo crack. “ O vício consome você, vai vendendo tudo que vê pela frente”. Também comentou que foi assim que perdeu a casa onde morava, dizendo que foi ali que percebeu no estado que estava, mas sabia que não tinha mais volta.

Falou sobre as tentativas de voltar a trabalhar, mas que nenhuma deu certo: “É muito difícil aceitarem, todos julgam de todas as formas, por isso parei de tentar” Afirma.

Em tom de brincadeira e de forma descontraída, Reinaldo disse que seu sonho era entrar em uma máquina do tempo e voltar atrás em todas as decisões que fez no seu passado. “Mudaria tudo, tudo mesmo, penso todos os dias nisso”.

Também comentou de como se sente e de que forma as pessoas tratam ele no dia a dia. Reinaldo disse que se acostumou em ser uma pessoa triste e sem expectativa de mudança, pois acha muito difícil a situação dele mudar e conseguir viver uma vida “normal”.

“As pessoas fingem que você não existe, é como se eu não estivesse lá”. Reinaldo contou que se sente humilhado todos os dias, sendo pedindo dinheiro, comida, ou qualquer tipo de ajuda.

O tratamento das pessoas em relação aos moradores de rua, segundo Reinaldo, é algo que surpreende e assusta ele. “Existem pessoas boas que me ajudam as vezes, mas muitas vezes xingam, pisam e até roubar me roubam” Conta.

Há 15 anos morando nas ruas de Bom Retiro, isso é só uma parte da luta e da história de Reinaldo Pereira, que tenta sobreviver e viver com todas essas dificuldades que aparecem no cotidiano dele, e de tantos outros moradores de rua.

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